quinta-feira, 30 de junho de 2011

Desenvolvimento Pessoal - Desenvolvimento Psicossexual

Para Freud, o desenvolvimento humano e a constituição da mente explicam-se pela evolução da sexualidade.
Nota: a perspectiva psicodinâmica procura evidenciar aspectos em que a racionalidade humana falha: enfatiza as motivações inconscientes e o papel desempenhado pelas vivências emocionais infantis na estruturação da personalidade do adulto.
Os acontecimentos perturbadores ocorridos na infância são reprimidos por expressarem desejos sexuais inaceitáveis numa determinada sociedade, sendo recalcadas no inconsciente, continuando activas, influenciando o comportamento sexual do adulto (intimamente ligado às vivências infantis).

            No decorrer dos estádios, estes tendem a estar localizados numa zona erógena (as crianças obtêm prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas):

1.   Estádio Oral (até aos 2 anos)
·         Zona erógena: boca (prazer em mamar; pôr objectos na boca);
·         ID: existe desde o nascimento;
·         Começa a formar-se o ego pela consciência das sensações corporais;
·         Dependência da figura materna para fornecer alimento;
·         Excesso de prazer leva a: optimismo, admiração e credibilidade;
·         Ausência de prazer leva a: pessimismo, inveja e desconfiança;
·         Neste período são importantes as percepções visuais e auditivas.

2.    Estádio Anal (dos 2 aos 4 anos)
·         Criança mais autónoma;
·         Zona erógena: região anal (prazer em controlar a retenção ou expulsão das fezes);
·         Começa a formar-se o superego ou a consciência moral;
·         Educação demasiado restritiva pode determinar dois tipos de personalidade adulta: retentivo-anal (perseguido pelo sentimento de culpa) ou expulsivo-anal (desorganizado, com tendências absolutistas).

3.    Estádio Fálico (dos 3/4 aos 5 anos)
·         Zona erógena: zona genital;
·         Caracterizada pelo complexo de édipo/Electra (atracção pelo progenitor do sexo oposto e agressividade perante o progenitor do mesmo sexo);
·         As proibições e normas impostas durante este complexo são interiorizadas, dando origem à formação do superego;
·         Fase caracterizada pelo exibicionismo;
·         Excesso de prazer leva a: orgulho, sedução e promiscuidade;
·         Ausência de prazer leva a: humildade, retraimento e castidade;
·         Formação do conceito do “eu”;
·         Definição da identidade sexual do indivíduo, de acordo com as expectativas da sociedade;
·         Órgão sexual: fonte de prazer, sendo comum a sua manipulação.

4.    Estádio de Latência (dos 6/7 aos 11/12 anos)
·         Diminuição da expressão da sexualidade (o apaziguamento das pulsões sexuais devem-se à amnésia infantil - processo pelo qual a criança reprime no inconsciente as experiências fortes do estádio fálico – forma de defesa);
·         A criança canaliza a energia psíquica, a libido, no sentido de adquirir as competências básicas para a vida em sociedade (existência do conceito “criança-modelo”);
·         Problemática do complexo de édipo/electra não se manifesta;
·         Curiosidade sexual --> Curiosidade intelectual;
·         ID, ego e superego estão completamente organizados nesta fase, encontrando-se a estrutura da personalidade praticamente formada.

5.   Estádio Genital (início da adolescência)
·         A sexualidade passa a ser dirigida aos outros e à consumação do acto sexual;
·         Problemática do complexo de édipo/Electra é reavivada;
·         A satisfação dos impulsos da libido é procurada pela prática de actividades sexuais de natureza genital.

Mecanismos de Defesa: (alguns exemplos)

Ø  Repressão – recalcar na consciência pensamentos, desejos, sentimentos e conflitos desagradáveis (ex: quando a criança é mal tratada pelos pais);
Ø  Formação reactiva – externalizar sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, quando estes são confessáveis (ex: ser bem tratado na casa da namorada pela “sogra”, porém sente que ela detestou a visita);
Ø  Projecção – disfarçar impulsos, sentimentos pessoais indesejáveis (ex: não gostarmos que uma pessoa, mas preferimos pensar que essa pessoa é que não gosta de nós);
Ø  Regressão – retorno do indivíduo a níveis anteriores do desenvolvimento (ex: quando uma criança coloca o dedo à boca como se fosse um bebé);
Ø  Deslocamento – redireccionamento de um impulso para um alvo substituto (ex: estar chateado com o patrão e descarregar na esposa quando chega a casa);
Ø  Introjeção – tudo o que nos agrada é atribuído a nós mesmos (ex: quando acontece algo de bom e a pessoa diz que aquilo correu bem porque ela estava lá).

1 comentário:

  1. Todos nós olhamos para trás e pensamos: Freud até tem razão no que diz! Realmente, desde pequenos que evidenciamos a nossa sexualidade, tendo em conta cada estádio de desenvolvimento.
    Porém, tal também é importante para o profissional de desporto que trabalha ou possa vir a trabalhar com crianças, pois a forma como devemos actuar em determinadas situações depende dos nossos conhecimentos, quer em termos desportivos quer em termos de desenvolvimento!

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